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ACIDE

“imaginar é uma coisa, você sentir é outra completamente diferente “, desabafa mulher ao ser discriminada após adquirir deficiência provisória

Lena, se apoiando em uma muleta com a mão esquerda. Foto

Uma mulher relatou situações de discriminação e desconfiança, após sofrer um acidente e adquirir uma deficiência física temporária.

A servidora pública, Alenice Nunes, vem tendo que lidar com preconceito no transporte coletivo de Vitória da Conquista, depois que caiu da escada e quebrou o pé, separando os dedos do tornozelo, precisou passar por uma cirurgia para colocar três parafusos.

Lena, como é conhecida pelos colegas de trabalho e pessoas próximas, ficou com a mobilidade reduzida e logo após que teve uma melhora, retirou as muletas e enfrentou a suspeita de que queria tirar proveito da situação. “Quando eu comecei a fazer a fisioterapia e andar pelo centro da cidade, usar o ônibus que é o meu principal meio de mobilidade, eu percebo nos ambientes o olhar diferenciado, por não estar verificando a minha deficiência. Porque essa moça está querendo passar a frente? Porque essa mocinha, está querendo lugar específico para sentar? Dá a impressão que eu preciso estar com a minha deficiência vista, para poder usufruir de um direito que é meu”.

A servidora, recordou com a expressão de indignação quando tem que passar por situações distintas ao desembarcar do transporte, ” Quando estou com as muletas, os motoristas, praticamente me obriga a descer pela frente, principalmente no Terminal, são gentis. Quando eu estou sem as muletas o tratamento modifica. Um desses dias específicos o ônibus estava cheio, perguntei a cobradora se poderia descer pela frente. “Não, porque aqui no Terminal, a Empresa não permite “. Foi assim que ela me respondeu “.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), considerando somente os que possuem grande ou total dificuldade para enxergar, ouvir, caminhar ou subir degraus (ou seja, pessoas com deficiência nessas habilidades), além dos que declararam ter deficiência intelectual, temos mais de 12,5 milhões de brasileiros com deficiência, o que corresponde a 6,7% da população.

A palavra “capacitismo” significa a discriminação de pessoas com deficiência, sua tradução para o inglês é ableism. O termo é pautado na construção social de um corpo padrão, sem deficiência, denominado como “normal” e da subestimação da capacidade e aptidão de pessoas em virtude de suas limitações físicas. Segundo o Estatuto da Pessoa com Deficiência, no artigo 88. “Praticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. § 1º Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se a vítima se encontrar sob cuidado e responsabilidade do agente”.

 

 

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